Jovens Espanhóis 2016. Finalizado o trabalho de campo e primeiras análises
Falta cada vez menos para a publicação do Informe Jovens Espanhóis 2016 (Informe Jóvenes Españoles 2016, título original). No final do mês de dezembro do ano passado, foi concluída a fase de trabalho de campo, durante a qual foi realizado um total de 1250 entrevistas pessoais a jovens de 15 a 24 anos, distribuídos pelo conjunto das 17 Comunidades Autônomas espanholas.
A realização das entrevistas esteve a cargo da consultora Adhara research e foi coordenada pelos pesquisadores José Antonio López-Ruiz e Juan María González-Anleo Sánchez.
Jovens Espanhóis 2016 será o oitavo estudo geral realizado pela Fundação SM sobre essa matéria e o primeiro a ser publicado sob o marco operacional do Observatório da Juventude na Iberoamérica (OJI). O OJI é uma aposta da Fundação SM para gerar conhecimento sobre temas de relevância em matéria de juventude e para contribuir com a sistematização de tal conhecimento no espaço ibero-americano.
Como é de costume nos estudos patrocinados pela Fundação SM, procurou-se guardar a comparação dos dados dessa pesquisa com os das anteriores; para isso, muitas das perguntas utilizadas nos questionários dos estudos anteriores foram mantidas. Nesse sentido, foram respeitadas as principais áreas de pesquisa: valores, família, religião, política e lazer. Portanto, em Jovens Espanhóis 2016, não só encontraremos informação relevante para conhecermos a juventude atual, mas também analisaremos as principais tendências de mudança que vem sendo observadas na juventude espanhola desde os anos 80.
A análise dos primeiros dados já nos mostra mudanças no que diz respeito à confiança dos jovens nas instituições. Nesse sentido, pode-se observar um descenso geral da confiança nas instituições políticas (Parlamento do Estado, Parlamentos autônomos e sindicatos), que em nenhum caso ultrapassam o valor de 30%. A confiança na Coroa espanhola descendeu bruscamente; atualmente, apenas 28% dos jovens depositam muita ou bastante confiança nela. A imprensa acumula também um descenso de 9 pontos em comparação com os dados de 2010, estando em 36%, enquanto que outras instituições — como a Polícia espanhola ou as Organizaciones de Voluntariado registram as maiores porcentagens de confiança entre os jovens espanhóis (mais de 60%).
Os primeiros dados também mostram mudanças, por exemplo, no autoposicionamento religioso. Pela primeira vez e desde o início da série histórica, a porcentagem de não católicos (indiferentes, agnósticos, ateus e fiéis de outras religiões) é superior a 50%. No entanto, esta é uma dinâmica que já começava a ser observada nos informes de anos anteriores e que os autores relacionam, entre outras variáveis, com a redução da socialização religiosa no âmbito escolar e familiar.
A pesar do anteriormente dito, existem aspectos que não sofreram alteração desde os anos 90. Nesse sentido, os jovens continuam se considerando mais do que tudo “consumistas” (51%) e “rebeldes” (47,8%). No Informe Jovens Espanhóis 2010, González-Anleo Sánchez já advertia que era muito improvável — diferentemente de outras gerações — que a atual geração continue considerando pejorativo o adjetivo consumista e é bastante provável, por outro lado, que o conceito de rebeldia esteja rodeado de uma áurea mística para eles que não tem muito a ver com a forma de entender tal conceito de muitos pais e educadores.
Sobre essas e muitas outras questões, os autores José Antonio López-Ruiz e Juan María González-Anleo reflexionarão no Informe Jovens Espanhóis 2016, cuja publicação está prevista para o segundo semestre de 2017.
OJI