Participamos no VIII Fórum Ibero-americano Fazendo Política Juntos
A juventude hoje e os seus desafio para o futuro foram os temas centrais que ocuparam os debates do VIII Fórum Ibero-americano Fazendo Política Juntos, celebrado durante a primeira semana de maio entre as cidades de Barcelona e Madri (Espanha) e organizado pela Liga Ibero-americana, pela Secretaria-Geral Ibero-americana e pela Fundación Esplai.
A inclusão econômica, política e social dos jovens na região está incompleta e impede a sua plena inserção nas suas sociedades, assim como ascender na escala social. Fomentar a inclusão dos jovens exige reconhecer as múltiplas dimensões da exclusão. Os jovens estão expostos a um grande número de vulnerabilidades e ameaças — desde a falta de acesso a um emprego e à educação e saúde de qualidade até a escassa participação cidadã — fatores que tornam o caminho para participar nos mercados laborais e nas atividades produtivas mais difícil e impedem que desempenhem um papel pleno nas suas sociedades.
Essas concretas conclusões apresentadas pelo relatório “Perspetivas econômicas da América Latina 2017” elaborado pela CEPAL serviram como incentivo para a apresentação de jornadas que — através de diversas conferências e mesas redondas com especialistas, representantes de jovens, representantes de empresas ou personalidades políticas — buscaram gerar um espaço de reflexão que colabore com a construção de propostas de ação e geração de compromissos entorno à educação, ao emprego e à participação política dos jovens na região.
O Observatório da Juventude na Iberoamérica (OJI), por meio da sua coordenadora global, Paloma Fontcuberta, esteve presente nas jornadas celebradas em Madri e participando como palestrante na mesa redonda sobre educação.
O objetivo da mesa consistiu em refletir sobre as medidas necessárias para impulsionar a educação não formal. “Em um mundo globalizado, interconectado e cada vez mais competitivo, os jovens necessitam aumentar as suas aprendizagens em habilidades, competências e valores que vão mais além da escola”, destacava Paloma Fontcuberta, “O desenvolvimento de capacidades e habilidades sociais são necessários para o nosso mundo e também em qualquer empresa. Os garotos devem aprender a serem autônomos, críticos, responsáveis consigo mesmos e com o contexto que os rodeia”.
Oferecer uma formação segundo às demandas do século XXI, fomentar o reconhecimento social e legal da formação não regularizada e impulsionar que o tecido associativo seja o guia nesse âmbito são algumas das ideias propostas pela representante do Observatório para impulsionar a educação não formal.
Pela sua parte, as conclusões da mesa de emprego giraram em torno à necessidade de elaborar políticas ativas que melhorem a transição da escola para o mundo laboral, facilitem espaços de formação dentro das próprias empresas, mas ao mesmo tempo protejam os direitos dos jovens perante as pretensões de utilizá-los como mão-de-obra barata sujeitos a piores condições laborais do que os demais trabalhadores.
Na mesma diretriz das duas anteriores, a mesa de participação enfocou na necessidade de que as políticas de juventude estejam no centro da política e que os jovens tenham voz na construção das mesmas, através da criação de novos espaços que sintonizem com as fórmulas de participação não-tradicional que os jovens possuem.
As propostas dos jovens
Como encerramento do VIII Fórum Ibero-americano Fazendo Política Juntos, os jovens enunciaram as suas propostas em relação a estas três dimensões:
Educação
- A participação estudantil deve ser tomada em conta para a criação de normas e mecanismos que permitam alcançar uma educação de qualidade real.
- Reforçar o investimento governamental em políticas educacionais. A educação não pode se converter em um privilégio, é um direito que os estados devem possibilitar e proteger.
- Uma educação que entenda e reconheça o conceito das diferenças, habilitando a escuta real de todas as vozes.
Participação
- Queremos reivindicar o que somos, o presente dos nossos países e o queremos construir hoje para aqueles que virão.
- Queremos garantir uma participação ativa que fortaleça a democracia nos aspectos políticos, sociais e econômicos.
- Queremos ser parte ativa na transformação das nossas cidades, de espaços culturais e de projetos comunitários.
- Queremos ser a força de todas as gotas que, juntas, provocam as marés.
Emprego
- Queremos participar na reflexão e construção de alternativas que apelam para a dignidade das pessoas jovens: precarização laboral, salários por debaixo do mínimo, falta de segurança social e múltiplas formas de contratações de baixa qualidade que cronificam situações de vulnerabilidade das nossas juventudes.
- Queremos ser parte das soluções integrais que provenham do trabalho. Queremos participar na elaboração de itinerários formativos flexíveis adequados à realidade e aos novos modelos de relação e trabalho.
Os organizadores do Fórum desenvovleram um espaço Web no qual as gravações das jornadas e diversos materiais podem ser consultados para ampliar informação.
OJI