Agenda Juventude Brasil. Leituras sobre uma década de mudanças
O Observatório Participativo da Juventude (Secretaria Nacional de Juventude brasileira) desenvolveu em 2013 a pesquisa “Agenda Juventude Brasil”. Tratava-se de uma enquete atitudinal e de opinião pública cujo propósito era traçar um perfil da juventude brasileira e, sobretudo, realizar uma análise das principais tendências de comportamento e opinião dos jovens, identificar demandas de política pública e medir o impacto que de algumas ações que já estavam em marcha.
A pesquisa foi estruturada em sete blocos temáticos: condição juvenil, educação, trabalho, saúde, cultura e lazer, participação política e violência. Foi realizada em todo o território nacional com uma amostra representativa de 3000 jovens entre 15 e 29 anos.
“Agenda Juventude Brasil. Leituras sobre uma década de mudanças“ é um livro no qual especialistas de diferentes áreas, exploram os resultados da pesquisa de 2013 sob a luz dos debates atuais. Os enfoques dos diferentes autores levam em conta as novas questões e desafios que interferem na validação e implementação de políticas públicas dirigidas a diferentes segmentos da juventude brasileira, assim como sugestões para o desenvolvimento de canais de comunicação entre a Secretaria Nacional de Juventude, o Conjuve e os grupos, coletivos, redes e movimentos juvenis.
A publicação se organiza em três blocos:
- Ser Jovem: Identidades, Desigualdades e Diversidades;
- Juventude Brasileira Hoje: Demandas e Agendas;
- Pertencimento, Participação e Políticas Públicas de Juventude.
1. Ser Jovem: Identidades, Desigualdades e Diversidades
Na primeira parte —Ser Jovem: Identidades, Desigualdades e Diversidades— os autores Helena Abramo, Elisa Guaraná de Castro e Felipe da Silva Freitas analisam a condição juvenil nos seus aspectos comuns, mas também nas suas desigualdades e diversidades.
Em conjunto, os três artigos oferecem uma análise da categoria juventude a partir de como os jovens que participaram na pesquisa veem a si mesmos e como eles se situam no âmbito da família, da escola e do trabalho. São expostas as diferenças e semelhanças entre os jovens que vivem nas cidades e os que vivem em espaços rurais através de uma discussão sobre os limites entre “rural” e “urbano”, e as múltiplas razões que explicam os movimentos de gente jovem entre campo e cidade. Por último, é analisada a condição de vida e percepções dos jovens negros sobre si e sobre a sociedade na sua totalidade, dando destaque à exposição dos homens jovens negros à violência e ao reconhecimento do racismo como um tema urgente que deve ser abordado no país.
2. Juventude Brasileira Hoje: Demandas e Agendas
A segunda parte —Juventude Brasileira Hoje: Demandas e Agendas— está composta por um total de cinco artigos que refletem as principais demandas que ainda estão presentes nos diferentes espaços de participação juvenil. Em conjunto, os artigos estabelecem uma conexão entre problemas, demandas e direitos que deveriam ser complementários para garantir as trajetórias de emancipação dos jovens brasileiros no que diz respeito ao âmbito educacional, o mundo laboral, o acesso à cultura e as dimensões de saúde, sexualidade e segurança pública.
3. Pertencimento, Participação e Políticas Públicas de Juventude
Finalmente, na terceira parte —Pertencimento, Participação e Políticas Públicas de Juventude—, Regina Novaes questiona primeiramente sobre o lugar que a religião ocupa nas perceções e os comportamentos dos jovens entrevistados na pesquisa Agenda Juventude Brasil. No artigo posterior, Anna Luiza Salles Souto analisará as respostas dos entrevistados em relação à perceção dos jovens sobre a política e as diferentes fórmulas de participação, com o grau de associacionismo e as distintas formas de atuação política como eixo. No artigo que completa o bloco, Eliane Ribeiro indagará sobre quais são as políticas públicas de juventude que são conhecidas pelos jovens e o que eles opinam sobre as mesmas. Na sua reflexão, a autora destacará que existe certo desajuste entre a circulação de ideias e expressões que afirmam “os direitos da juventude” e a ignorância dos próprios jovens com respeito às diversas ações e aos programas que existem.
O livro termina com o artigo de José Reinaldo Riscal e Gustavo Venturi, no qual redatam uma espécie de “apêndice metodológico” que explica para os leitores as características técnicas da pesquisa “Agenda Juventude Brasil”, a qual serviu como base para a composição deste livro.